quarta-feira, 21 de maio de 2008

HOJE à NOITE

POEMA

Espero que seja um dia grande para ti... Manuel, como já foram tantos
Porque tu mereces ser conhecido homem ... como poeta e ... combatente
A vida para ti, tanto quanto sei, não foi de lamentos e prantos
Mas de acção... e de raiva
Por não teres conseguido justiça para a tua gente..
os que sofreram
Eu sei isto através da leitura do nosso jornal “O OLHANENSE”
Que na página dez do nº 952, 4ª coluna, escreve lá...
Que, em 1951, residindo tu, Manuel, em Vila Rela de Santo António
Só não sei em que mês
Foste preso em Olhão.. outra vez.. era a terceira Manuel... a terceira vez
Manuel Rodrigues Madeira
Vieste ver à cidade os teus familiares
E levaram-te
Talvez fosse para mudar de ares
Como foram o Joaquim Silvestre, o Vitoriano Rosa, o filho do Manuel dos Tabacos
Que foi o Raul Veríssimo
Que, para, como vocês, não ser feito em cacos
Fugiu
Quando a polícia foi a sua casa, bateu à porta e disse.. é o Epifânio
Ora o Raul sabia que o Epifânio estava preso
E,
Por uma escada interior
Fugiu em sentido oposto à polícia
E refugiou-se no Chalé do republicano do Luís Saias
E tu Manuel Madeira
Ainda foste preso mais uma vez.. a quarta.. a quarta vez
E agora em rigorosa incomunicabilidade e barbaramente agredido
Por isso eu te saúdo ó Manuel... quero que seja mais conhecido
O teu papel de democrata .... e de lutador
Homem que sempre estiveste contra as desigualdades sociais
E isto é que é a verdade sim senhor..
Mas hoje Manuel vais estar presente no lançamento
Das tuas cartas trocadas com o Ramos Rosa
Onde, na primeira carta que o António te escreve ele te diz
Ou pergunta, o que é uma casa, o que é a minha casa?
Manuel... e a tua casa Manuel onde é?
Para mim Manuel... a tua casa são as casas todas
Deste País
E .. Manuel... não me leves a mal
Mas o teu País
Manuel
É Portugal!.

João Brito Sousa

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